Vera Dulce. 2008. Oitava série a.
Abigail. Tássila. Thaysla. Catito. Monique. Tatiane. Thaís. Amanda. Carioca. Igor. Maicon. Kação. Guilherme. Wilverton. Gledison. Faustão. Hanna. Camila. Gisele.
Esses, são todos que eu consigo lembrar. Que não saem da memória.
Vera Dulce. Sinônimo? Cão chupando manga! Nunca entendi porque ela era dessa forma. Uma professora de português, logo de português... Ter medo. Era o sentimento que tínhamos por ela.
Ontem, estávamos eu, biga e Kação (via sms), relembrando de um dia clássico nas nossas vidas. Kação era um menino revoltado, vivia com capuz na cabeça. Vera Dulce não suportava dar aula para alguém com capuz na cabeça. Daí, num momento de ira, ela gritou: Meninooo! Você é doooido? Tira esse capuz...! Daí ela começou a dizer que nós, toda a turma, éramos perdidos... Daí ela disse: A minha história já foi escrevida. E a sua, só está começando. Eu, em voz quase que nula, falei com Abigail: Ela errou! É escrita, não escrevida! Abigail nem respirou para não chamar atenção.
Sim, tínhamos medo. Muito medo. Até eu, que sempre fui pra frente... Desde sempre!! Mas quando ouvia aquele arrastar de tamanco , aquele fedor de cigarro, pronto! Morria-se a coragem. Sim, ela saía duas, três vezes da sala para fumar. E isso era um alívio. Era como se estivéssemos em uma camisa de força e alguém afrouxasse só um pouquinho. Ainda lembro que nossa sala ficava em frente ao bebedouro. E quando ela saía, dava para ver quando ela estava chegando... Lembro de um exercício que ela passou... Para pegarmos uma frase e dizermos se era transitivo, transitivo direto - indireto... E ela iria olhar no dia seguinte. Eu fiquei em casa, morrendo, tentando fazer, e nada. Eu sabia que pra ela, não existia essa de fazer por fazer. Ou você fazia certo, e ok. Ou você deixava sem fazer e se preparava para chorar. Muito. E deve ser por isso que minha mente não absorve 100% essa matéria. Trauma de infância, sabecomé? Lembro que nós tivemos que gravar uma coisa... Adjunto adnominal... Mais não sei o quê. E também nem lembro mais o que gravei. Porque gravei. Não aprendi. Lembro que a primeira aula seria aula dela. Gravamos eu, biga e Thaysla na tarde e noite anterior. Tudo. Na hora do intervalo, já não lembrávamos mais de tudo. E assim foram-se os anos.
Eu lembro que ela dizia em dias raros, quando não tinha brigado com Rogério (era o marido dela. Sabíamos todas as suas histórias complicadas!), quando não tinha se desentendido com sua afilhada (Vera não tinha filhos. Mas tinha esse c* de afilhada. Eu morria de ódio dela. Porque ela era a única pessoa perfeita aos olhos da Vera. Adrielly, vá se ferrar!) e quando a Terezinha (diretora da escola) não chamava sua atenção: Vocês vão se lembrar de mim! Pra sempre!
Pronto Vera. Parabéns. Aqui estamos.
A Abigail, aquela que você dizia que a pressa era inimiga da perfeição... É uma das meninas mais inteligentes que você pode imaginar.
A Tássila, talvez será uma de você. Digo, professora. Jamais serei como você. Em nenhuma parte. Explicar bem é uma coisa que todos deveriam. E só isso que você fazia de bom.
A Thaysla odeia português. Por sua causa. Nas suas aulas ela dizia: meu Deus, eu quero me matar!
O Catito... Ah, o Catito... Ele esqueceu o que é estudar. Isso pode não ter sido culpa sua. Mas você ensinou pra todo mundo o que é ter medo de um professor. Não respeito.
A Monique era a única que te enfrentava. Hoje ela é líder de gangue! rs
A Tatiane não tinha brilho aos seus olhos. Desconfio que você saiba que ela existe...
A Thaís odeia apresentar trabalho. Ela chora até hoje, Vera. E eu prometi pra mim mesma... Que se algum dia eu me formar, jamais vou obrigar os tímidos a explicar trabalho. Era muito triste vê-la chorando, Vera. Era muito triste ver você gritando com ela!
A Amanda também não se importava com você. Pelo menos na nossa frente. Nunca vi ela chorar por uma aula sua. Amém!
O Carioca se revoltou. Como você previu. Ou desejou.
O Igor mudou-se para outra cidade. Não sei mais de nada.
O Maicon também sumiu.
O Kação tirou o capuz da cabeça. Não por você. Mas pela Abigail (brincadeira rs). Acho que foi mesmo pelo calor que está fazendo aqui.
O Guilherme, não sei dele.
O Wilverton... Sei que ele havia parado de estudar. Uma lástima.
O Gledison estudou comigo no segundo ano. Mas foi embora pro Rio. Ele também, como você previa... Não ligava para os estudos! Você não fez o seu papel. Parabéns!
O Faustão estudou comigo também no segundo ano. E como você reclamava... Ele não mudou. Continua quietinho...
A Hanna sumiu. Mas também. Com tudo o que você dizia, até eu sumiria.
A Camila esteve comigo no segundo ano. E ainda acho que ela te pagava pra você ser mais amena com ela.
A Gisele virou uma piriguete. Mas está linda! Você tinha que ver... Aquela que você chamava de sonsa... Cresceu!
Enfim, Vera, quando você me viu no shopping e me reconheceu... Falou comigo... Espero que na sua memória também tenha vindo tudo o que você fez para aquela 8° A.
Sim, Vera, você é inesquecível!
Abigail. Tássila. Thaysla. Catito. Monique. Tatiane. Thaís. Amanda. Carioca. Igor. Maicon. Kação. Guilherme. Wilverton. Gledison. Faustão. Hanna. Camila. Gisele.
Esses, são todos que eu consigo lembrar. Que não saem da memória.
Vera Dulce. Sinônimo? Cão chupando manga! Nunca entendi porque ela era dessa forma. Uma professora de português, logo de português... Ter medo. Era o sentimento que tínhamos por ela.
Ontem, estávamos eu, biga e Kação (via sms), relembrando de um dia clássico nas nossas vidas. Kação era um menino revoltado, vivia com capuz na cabeça. Vera Dulce não suportava dar aula para alguém com capuz na cabeça. Daí, num momento de ira, ela gritou: Meninooo! Você é doooido? Tira esse capuz...! Daí ela começou a dizer que nós, toda a turma, éramos perdidos... Daí ela disse: A minha história já foi escrevida. E a sua, só está começando. Eu, em voz quase que nula, falei com Abigail: Ela errou! É escrita, não escrevida! Abigail nem respirou para não chamar atenção.
Sim, tínhamos medo. Muito medo. Até eu, que sempre fui pra frente... Desde sempre!! Mas quando ouvia aquele arrastar de tamanco , aquele fedor de cigarro, pronto! Morria-se a coragem. Sim, ela saía duas, três vezes da sala para fumar. E isso era um alívio. Era como se estivéssemos em uma camisa de força e alguém afrouxasse só um pouquinho. Ainda lembro que nossa sala ficava em frente ao bebedouro. E quando ela saía, dava para ver quando ela estava chegando... Lembro de um exercício que ela passou... Para pegarmos uma frase e dizermos se era transitivo, transitivo direto - indireto... E ela iria olhar no dia seguinte. Eu fiquei em casa, morrendo, tentando fazer, e nada. Eu sabia que pra ela, não existia essa de fazer por fazer. Ou você fazia certo, e ok. Ou você deixava sem fazer e se preparava para chorar. Muito. E deve ser por isso que minha mente não absorve 100% essa matéria. Trauma de infância, sabecomé? Lembro que nós tivemos que gravar uma coisa... Adjunto adnominal... Mais não sei o quê. E também nem lembro mais o que gravei. Porque gravei. Não aprendi. Lembro que a primeira aula seria aula dela. Gravamos eu, biga e Thaysla na tarde e noite anterior. Tudo. Na hora do intervalo, já não lembrávamos mais de tudo. E assim foram-se os anos.
Eu lembro que ela dizia em dias raros, quando não tinha brigado com Rogério (era o marido dela. Sabíamos todas as suas histórias complicadas!), quando não tinha se desentendido com sua afilhada (Vera não tinha filhos. Mas tinha esse c* de afilhada. Eu morria de ódio dela. Porque ela era a única pessoa perfeita aos olhos da Vera. Adrielly, vá se ferrar!) e quando a Terezinha (diretora da escola) não chamava sua atenção: Vocês vão se lembrar de mim! Pra sempre!
Pronto Vera. Parabéns. Aqui estamos.
A Abigail, aquela que você dizia que a pressa era inimiga da perfeição... É uma das meninas mais inteligentes que você pode imaginar.
A Tássila, talvez será uma de você. Digo, professora. Jamais serei como você. Em nenhuma parte. Explicar bem é uma coisa que todos deveriam. E só isso que você fazia de bom.
A Thaysla odeia português. Por sua causa. Nas suas aulas ela dizia: meu Deus, eu quero me matar!
O Catito... Ah, o Catito... Ele esqueceu o que é estudar. Isso pode não ter sido culpa sua. Mas você ensinou pra todo mundo o que é ter medo de um professor. Não respeito.
A Monique era a única que te enfrentava. Hoje ela é líder de gangue! rs
A Tatiane não tinha brilho aos seus olhos. Desconfio que você saiba que ela existe...
A Thaís odeia apresentar trabalho. Ela chora até hoje, Vera. E eu prometi pra mim mesma... Que se algum dia eu me formar, jamais vou obrigar os tímidos a explicar trabalho. Era muito triste vê-la chorando, Vera. Era muito triste ver você gritando com ela!
A Amanda também não se importava com você. Pelo menos na nossa frente. Nunca vi ela chorar por uma aula sua. Amém!
O Carioca se revoltou. Como você previu. Ou desejou.
O Igor mudou-se para outra cidade. Não sei mais de nada.
O Maicon também sumiu.
O Kação tirou o capuz da cabeça. Não por você. Mas pela Abigail (brincadeira rs). Acho que foi mesmo pelo calor que está fazendo aqui.
O Guilherme, não sei dele.
O Wilverton... Sei que ele havia parado de estudar. Uma lástima.
O Gledison estudou comigo no segundo ano. Mas foi embora pro Rio. Ele também, como você previa... Não ligava para os estudos! Você não fez o seu papel. Parabéns!
O Faustão estudou comigo também no segundo ano. E como você reclamava... Ele não mudou. Continua quietinho...
A Hanna sumiu. Mas também. Com tudo o que você dizia, até eu sumiria.
A Camila esteve comigo no segundo ano. E ainda acho que ela te pagava pra você ser mais amena com ela.
A Gisele virou uma piriguete. Mas está linda! Você tinha que ver... Aquela que você chamava de sonsa... Cresceu!
Enfim, Vera, quando você me viu no shopping e me reconheceu... Falou comigo... Espero que na sua memória também tenha vindo tudo o que você fez para aquela 8° A.
Sim, Vera, você é inesquecível!
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