quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Falar

ai!
Tá muito estranho. Está muito calor, está muito chato, está muito ain.
Tô com uma coisa chata pra falar. Mas não tem ninguém para me ouvir. Então eu vou falar.
É assim:
Tenho um irmão. Um irmão lindo. Um irmão muito lindo. E tipo, eu amo o meu irmão cara. Até ano passado, eu tinha um ciumezinho dele. rs Ciumezinho nada! Eu morria de saber que ele poderia realmente gostar de alguém e se casar. E me abandonar. E sair de perto de mim. Depois, eu comecei a entender que não adianta remar contra a maré. Ele vai fazer isso um dia. O que eu posso fazer? Tentar adiar esse dia? rsrs Não.. Cansei de ser assim. Eu era cruel demais com as pseudo-cunhadas. Comecei a ser mais liberal.
Mas essa relação com Tálmaro existe desde que ele não sabia o que era beijar na boca. (Meu Deus. Meu irmão um dia não foi galinha... Queria esse tempo de novo!) Quando eu era nova, meu outro irmão me espancava. Com toda essa força que você está imaginando! Minha mãe tinha loja e passava a vida toda lá. E ele, Tarcísio, sempre foi muito infantil. Ficava disputando coisas comigo. Mas eu era criança. Ele já era um adolescente. Tálmaro e Tarcísio são gêmeos. Mas não são iguais! Em nada!! E quando Tarcísio vinha me bater era o Tálmaro que me defendia. Quando tarcísio gritava comigo, era o Tálmaro que me chamava para deitar no chão do quarto e conversármos. Eu chorava, ele ficava caladinho ali olhando pro teto. Quando eu parava de chorar, ele vinha me fazer cosquinha. Até hoje Tálmaro faz uma cosquinha em mim que me tira o fôlego. Daí eu digo: Tálmaro! Deixa eu respitar!! Eu vou morrer assim. Ele diz: Ah, que naada! Você está gostando.. Está até rindo!  E cara, eu amo esse menino. Em todas as circunstâncias. Todas, todas.
E Tarcísio. Todas as minhas amigas não me entendem. Eu, quando digo sobre minha família, dificilmente conto alguma coisa dele. Se contar, eu choro. Compulsivamente. Ele é muito cruel, cara.
E assim, há algumas semanas, nós discutimos. Ele veio para me bater, como sempre fez quando era menor.. Só que dessa vez, eu dei uma de louca. Eu gritava: Veeeeeeeeeeeem, veeeeeeem se você é homem!.. Coisa e tal.. E ele murchou! Aprendi que com ele tem que ser assim. Você tem que ser maior do que ele. Porque se não, ele pisa em cima. Minha mãe chorou muito com essa briga. E eu quase morri de ver isso. Mas eu não podia deixar passar essa oportunidade de dizer tudo o que tinha para falar. Eu disse: Moleque, tem 10 anos que eu estou para te matar.  Depois, quando estava reproduzindo no espelho a briga, eu ri demais! Tipo.. rs E assim, depois disso a gente não se fala mais. É uma bosta isso, eu sei. A gente está no domingo na mesa almoçando; a salada está em frente ao prato dele eu digo: mãe, passa a salada! Ele pega a salada, passa para minha mãe, que passa para mim. E isso é o mínimo. Tem coisas piores. Afinal, a gente mora numa mesma casa. E isso está me matando! Muito muito.
Porque é uma situação horrível. E eu não posso fazer nada para mudar. Aliás, eu não quero mudar essa situação. Cara, ele é um germe. Eu tenho um sentimento visceral nutrido por ele. Um sentimento negativo. E eu não podia estar sentindo isso. Não porque ele seja meu irmão. Isso é o de menos. Porque ele é um monstro. Mas porque esse sentimento está fazendo mau! Eu, às vezes, quero morrer.. Porque ódio é horrível. E eu sei que deveria mudar. Mas o pior de tudo, não só pela aversão, rancor, é que eu não quero olhar para ele com outros olhos. Bx, ele já me deixou mole no chão de tanto soco. Como posso gostar de alguém assim?
Depois que ele começou a trabalhar, ele pensa que dinheiro compra tudo. E eu digo: não compra mesmo! O coração dele é representado por um érre cifão. Acha que para você amar ele, basta só te dar um presente caro e pronto, estou amando. A namorada dele é assim. Ele compra. Mas a gente, daqui de casa, que conhece de verdade, ele não compra. Ele é a segunda pessoa que ganha melhor aqui em casa. E com isso, tenta humilhar o Tálmaro, que ganha um pouco menos. Mas cara, o Tálmaro tem amigos. Tarcísio tem aproveitadores. 
E assim.. Dinheiro é bom. Ótimo! Mas carinho... Ah o carinho é muito mais valiozo. Eu disse para minha mãe que tenho até ano que vem para matar ele. Que daí não fico presa numa cadeia de verdade. Mas não vou fazer isso não. Se eu for advogada, isso pode me prejudicar.. E também tem minha mãe; ela sofreria demais..
É. É isso.
Tô 5 quilos mais leve, beijos.

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